O suicídio aumentou gradativamente no Brasil na última década, segundo o relatório do Mapa da violência, o aumento foi de 42%. As maiores taxas de crescimento foram registradas entre jovens e idosos, de acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo a quarta maior causa de morte entre adolescentes no Brasil e a segunda maior causa no mundo, perdendo apenas para a violência.
Pelo fato de a taxa de mortalidade entre jovens ser relativamente baixa o aumento do suicídio nesta faixa etária é ainda mais preocupante, uma vez que o ato de tirar a própria vida pode ser evitável na grande maioria dos casos. Mas como perceber se o jovem possui ideação suicida?
Os sinais tendem a ser mais dificultosos de perceber nesta faixa etária, uma vez que o comportamento mais introspectivo ou reativo são características comuns na adolescência. Nessa fase de auges e descobertas, sentimento de frustração ou solidão ocupam lugar da maturidade que está sendo formada aos poucos. Antigamente podíamos ver certa normalidade no comportamento disruptivo dos jovens, mas com a crescente do número de mortes, o suicídio passou a ser um problema de saúde pública muito mais próximo de nós do que a gente imagina.
Cada indivíduo reage à sua maneira, e por isso é preciso atenção plena em como o jovem está agindo: comportamento introspectivo, agressividade com os pais, pouco diálogo, timidez, falas negativas, necessidade de estar sozinho, reações incomuns, perda ou ganho de peso são os principais indicativos de alerta para a prevenção.
As drogas – e aqui também inserimos o álcool – é um agente potencializador de qualquer quadro de dor emocional e pode ser um indicativo de que as coisas estão saindo do controle. Os grupos de amizade também têm influência sobre o comportamento do jovem, pois a vontade de pertencimento é muito importante nesta fase.
Em experiência clínica, observamos que um dos principais fatores de ideação suicida é a dificuldade de externar sentimentos e lidar com as emoções, eles relatam uma dor lancinante que não sabem de onde vem e como lidar com ela. Outro ponto é a falta de um propósito para a vida – aqui embasado na própria característica da faixa etária, a busca por algo, a incerteza do futuro, as escolhas de uma profissão, o medo de falhar e etc – de modo que o indivíduo vá ficando cada vez mais angustiado e, consequentemente, depressivo, uma das principais causas que leva ao suicídio. Um sentimento de vazio, a insegurança, a pressão dos estudos, o bullying viram motivos de dor que vai se tornando cada vez mais insuportável. Situações vividas na infância como morte ou separação dos pais, abuso sexual e traumas diversos podem aflorar neste período da vida, ampliando a sensação de angústia e a vontade de dar fim a tudo isso.
Como a hipnoterapia pode ajudar
O que agrava esse quadro alarmante é a dificuldade dos jovens em identificar e lidar com seus sentimentos e emoções, muitas vezes chegando a desconhece-los, uma vez que podem estar ligados a traumas do passado. As vivências da própria adolescência também são fatores que podem eclodir esses sentimentos.
A hipnoterapia transpessoal é muito eficaz no tratamento de ideação suicida, por se tratar de uma terapia que possibilita através das próprias dores emocionais, identificar os traumas contidos na mente subconsciente, e ressignifica lós, mudando a programação emocional da mente, levando o jovem a equilibrar seus sentimentos. De forma sistêmica trabalha tanto as dores como as emoções disfuncionais. Após esse trabalho, o jovem percebe que as soluções para essas questões então dentro deles mesmos. A hipnose alcança grandes resultados já nas primeiras sessões. Na Hipnose Transpessoal trabalha-se também o “propósito de vida”, a busca do sentido da existência, o jovem descobrindo esse propósito, naturalmente percebe que a vida é sempre a melhor opção.
PATRÍCIA GUIMARÃES
DIRETORA DA HIPNOSE CLINIC