Perder um ente querido não é fácil em nenhuma época da vida. Mas em tempos de pandemia mundial, viver este luto pode ser ainda mais difícil. Com o número de mortes e infectados aumentando em todo o país, cresce também a sensação de vulnerabilidade.
A morte nesse estado de isolamento pode se tornar uma experiência traumática para parentes e amigos, por não poderem estar ao lado da pessoa querida nos últimos momentos de vida, e não poder se despedir adequadamente devido as restrições de tempo e quantidade de pessoas que são permitidas no velório, por conta do caráter contagioso da doença.
Vivenciar a perda de uma pessoa querida, ver alguém que amamos morrer, naturalmente nos faz entrar em processo de luto. Junto à dor da separação, pode vir a ansiedade de como será daqui para frente e o medo do que te espera após essa perda. Diante deste quadro delicado, fica muito difícil vivenciar a dor e passar por todas suas fases para que a superação ocorra de forma natural.
O luto é composto por quatro fases: negação, revolta, tristeza e a aceitação,
A negação é uma defesa psíquica que faz com que a pessoa acabe negando o problema, para tentar de algum jeito não entrar em contato com a realidade. Nessa fase é comum não querer falar sobre o assunto.
Na revolta, a pessoa se indigna com o mundo, se sente injustiçada e não se conforma por estar passando por isso.
Na tristeza, a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando, ficando melancólica, depressiva e se sentindo impotente diante da situação.
E na aceitação, a pessoa se liberta do desespero, consegue enxergar a realidade e se sente pronto para enfrentar a perda ou a morte.
Esse é o processo natural para que as emoções se dissolvam e a superação aconteça.
Nem sempre acontecem nessa sequência exata, mas o que não é saudável é ficar preso em uma das fases, impedindo que o processo termine de maneira natural.
Assim como é importante a pessoa encerrar o luto, é essencial que ela passe por esse processo de perda por mais doloroso que seja. Só que as vezes, por algum motivo, que está contido nas profundezas da na mente subconsciente, a pessoa fica presa a uma das fases e sua vida começa a ser prejudicada por isso.
O luto não trabalhado e vivenciado pode se transformar em algum tipo de transtorno chegando até a uma depressão.
E como a hipnose transpessoal pode ajudar a superar o luto?
A hipnose atua diretamente na mente subconsciente, sendo uma ferramenta bastante eficaz durante um processo de luto.
Com a hipnose, trabalhamos a pessoa para que ela evolua no processo, passe pelas fases até chegar na fase da aceitação, para vivenciar apenas a saudade dos momentos bons que foram vividos, mantendo o amor, a experiência, o aprendizado.
Como a hipnose atua nos níveis mais profundos da consciência, é possível identificar a causa emocional dentro da mente subconsciente que está impedindo a evolução no processo e ressignificar esses fatos.
A hipnose transpessoal por trabalhar na mente superconsciente, acessa aspectos transcendentes da consciência, trabalha a parte espiritual do ser, ou seja, é possível fazer a mente se conectar com a consciência daquele que partiu, trabalhar a relação e o que estava pendente, como o perdão e a culpa, trazendo equilíbrio mental, emocional e espiritual para a pessoa. Com esse processo é possível fechar o processo do luto, mantendo a saudade e se libertando da dor.
A hipnose é extremamente eficaz para ajudar pessoas. Pois atua nos níveis mais profundos da consciência, ressignificando os fatos, atuando diretamente na causa e preparando a pessoa para uma vida mais feliz.
Patrícia Guimarães
DIRETORA CLÍNICA DA HIPNOSE CLINIC